04/01/2009

ao Ocaso


...Porque não nos levantamos e gritamos? Porquê não subir um pouco na escala do absorto real dançando onde e quando quisermos. Acordo.


*

Olhar para dentro só faz sentido quando imersos nessa dimensão.

Cá fora tudo se assemelha pérfido, é. Aqui não consigo lembrar nem sentir o que dentro tanto me apela, chama que consome pensamentos.

Para onde vão as ideias geniais, serei uma locomotiva movida a carvão? Ou estarei a lançar futuros diamantes para o fogo do esquecimento?



*

As leis da física de tão semelhantes com as leis do físico desde sempre me prenderam suspenso ao metafísico. No amargo que não arreganha a boca mas antes vícia. A metafísica diz muito mas não me diz nada. A Terra poderia até ser quadrada que isso não me mudaria, ninguém muda se não quer mudar. Como se muda a vontade? Como posso mudar?

Ter de volta aquela máscara de sorriso confiante. Ainda a uso mas aos outros é invisível, até as máscaras têm dois lados, tudo parece ter.

Queria de volta esse amor, agora que tive forças para o expulsar fiquei saudável, triste e só.



*

Ao serpentear do fumo pergunto: onde foste?

Brasas queimadas lhes pergunto: de onde vieste?

Não sei quem chegou, quem partiu...

Reminiscências de um são coisas que o outro nunca viu.

O outro não lembra, projecta e enfada. É um ser estagnado para o

antigo optimismo. Sentimento pesado para o jovem rapaz

morto agora na pele do mestre que atacou.


*

Arde chama o teu nome no meu pensamento

Consome mais que o ar de fora e de dentro

Agora é algo que não sei entender Agora

é passado de ainda agora

agora está a passar-se agora está a suceder

Agora é um portal do tempo

é tão genial que o recebi em déjà vu

Agora é trágico e triste pois não sei onde o meter


*


de olhos fechados por simpatia alheia


*


Softly driven by a simple look

often awaken by the right touch

he makes his dance

being one with Earth


*

Pictóricas linhas rectas secas dramáticas ou não geométricas surreais incidentes espectrais de cores na mão flores tracejadas florestas extasiadas num amor de carvão palavras desmesuradas por simples letras ornamentadas brilhando-nos de antemão.


*

Quero explodir nebulosa ascendente

varrendo a minha existência

não tenho carne para ser gente

nem peso de alma na consciência

Tenho fúrias que não explodem

e confusões que não morrem sem explodir...

4 comentários:

Anónimo disse...

I've got wild staring eyes
I've got a strong urge to fly
But I've got nowhere to fly to

...

fez-me lembrar-los, só isso.

Vera disse...

Há qualquer coisa de especial no difícil que é ler-te.

Cristina Branco disse...

é estranho (não encontro outra palavra) rever páginas minhas em palavras tuas. não sei como traduzir a minha sensação ao ler o que escreves. sei algo: é delicioso saber que mais alguém sente uma parecida profundidade.
e vai um olhar a sorrir!*

Diogo disse...

Obrigado João, Pink Floyd, Vera e Cris...

Um sorriso para voçês =)