28/01/2011

diogoV
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Aqueles que me têm muito amor


Não sabem o que sinto e o que sou...


Não sabem o que se passou, um dia, a Dor


À minha porta e, nesse dia, entrou.


E é desde então que eu sinto este pavor,


Este frio que anda em mim, e que gelou


O que de bom me deu nosso Senhor!


Se eu nem sei por onde ando e onde vou! !




Sinto os passos de Dor, essa cadência


Que é já tortura infinda, que é demência!


Que é já vontade doida de gritar!




E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,


A mesma angústia funda, sem remédio,


Andando atrás de mim, sem me largar!






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Florbela Espanca








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Pelos que vêm o fogo arder devagar


ao quente interior duma lareira


queiram-se os pensamentos ávidos, por nova fogueira


um calmo e quente novo amor


Pois veja-se pelo interior!


Uma cintilante gota de energia a planar


uma só chama ardendo devagar, à beira


Mundo, sem lá estar.




Que se atire a primeira pedra ao caminho


certo, que encontrem essa porta, que Uno, sozinho,


te sintas livre!




Constrói envolvendo-te, sem casa nem muro,


curioso, faminto por essa luz sem escuro


de quando um ser vive.


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Diogo V


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25/01/2011

Welcome to the Soft Parade

Picos de montanhas em tons castanhos e viajar são os meus planos
Pessoas sorridentes no meu caminho, bebendo tudo não vou sozinho

tudo devia ser assim
devíamos viver assim

a tribo chegou com seus exemplares mais interessantes
tantos guerreiros tanto bicho brilhando como diamantes

Eu devia ser assim
podíamos viver assim

planando à toa brincando
a tribo chegou para assentar

as cores vão ganhando forma
as formas dançam sem limites
numa dança lenta e colorida
sendo a própria vida
a música sobe precipitando-se
o fim é certo como o nosso destino nunca será

Diogo