25/02/2009

Cósmiquices

"By the power invested in me as God of my own world" - Natural Born Killers

O Universo é vasto, é algo enorme, todos sabem disso. Quando algo é Universal (non corporative) fala-se da capacidade de todos daí retirarem o mesmo sentido, resultado ou compreensão. Pois, o que é Universal?

O Universal só o é quando fora de si mesmo, logo aí, já perdeu a sua própria Universalidade. A não ser que... O Universal pressuponha a constante alteração do espaço(-tempo).
A visão artística, aquela centelha que consome pessoas e as suas vidas é a nossa melhor tentativa de Universalidade, é o propagar de signos que proporcionem ao Outro a clara percepção do nosso Universo, daquele Universo ou da ausência dele. Ora, essa ponte facilitadora do entendimento dos Universos é fixada por uma centelha antiga, ultrapassada mas ainda assim verdadeira. É o artista que concebe Universos, o delinquente primordial que ultrapassa as barreiras e escolhe os signos. Ainda assim, os signos estão aí e tão mal aproveitados.

O Universo no teu olhar
é fascínio sem lascívia
entendimento brusco sem inteligível
é saudade pronta a matar-me

perplexidade
incompreensão
palavras movidas a carvão
numa Universalidade
desse teu ar...

24/02/2009

SweetTheArt



Morrer como quem desperta
saber que a nossa vida
presente
é somente uma veloz passagem numa chama bailarina
em sucessão brusca
Uma sucessão minimal
antes da racionalização: emoção
O homem e a emoção

Mas acordar antes de morrer
e ver os dias passar é tão só
e o mesmo A emoção com que se vive
pode matar A ausência dela
é nunca ter nascido
Nem Ser criado Criar raízes e tormentos
Nem semear paixões em danças da chuva

Ébrios e loucos esquecem
e voamos borboletas rumo à luz desconhecida
Mas tão brilhante
Mas tão brilhante
Sou já dois P’s sem augúrio de um F
Ser com ter sido estampado no que É
Poder sobre isso não apaga
o inatingível sobre-humano Futuro

Dá que fazer antes de dormir
que escrever antes de sonhar
obsessão
por ti sentir

ancoro pensamentos
de emoções
ditos momentos em arcaico
nessa brisa fugaz

há um rasto enorme de sangue de mim mesmo
de punhaladas proferidas por mil egos
acordo perdido
enquanto a lua me quiser despertarei ambíguo
e viverei morrendo ao sol



Salvador Dali,

with photograph by Phillipe Halsman (1906-1979)

Near Voluptuous Death, 1951.Halsman Estate

Black and White Avant-Garde Photo

Latvian/American Portrait Photographer

Não posso adiar o amor

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

18/02/2009

a3


Euforia

de risota

faltam letras

em panóplia colorida

criatividade em florescência pura

das cinzas nascida

de um malfeitoso

ego, gerado de vós em nós

à brisa uma voz

(Último testemunho: Arranjujinhos foi excomungada, exilada,

banida do grupo dos escrivonhos. Hoje morri.)

Renasce, estrela!

Reflecte em nossos corpos maculados

teu brilho incandescente. Que nos conforta

a alma e o amor pelo mundo

num abraço uno, único,

só em plenitude comungada.

Oh, Fénix!

do alto da nossa nuvem-mundo

hoje planamos sintonia...

Euforia!
por:
Julyanne Fressynet
Sara Borges
eu

Jamesonices VS Jimsonices

Alimenta o teu génio
banquete divino
letras sons imagens
conservados sem cronómetro
Ele dir-te-há o que de melhor
podes pisar no teu destino

se olhas a Lua sentes?
alimenta o teu génio
Há noite
também há luz


-----***-----

incoerente pensamento
voltarei a matar a mente
momento de raiva
primeiros passos dum infante sem futuro
presente escuro
aparente testemunho
vaZio como um punho frio
na corrente de ar que uiva
assobio uníssono ao vento